Trem da Memória
Silvio Brito / Ademir Martins
Toda vez que o trem apita na curva da linha
Faz parada obrigatória na estação do tempo
Aí meu coração acorda junto com as galinhas
E a saudade embarca junto pra tirar proveito
Toda vez que o trem apita lembra a minha vida
Quantas vezes por amor eu quase descarrilho
Acho que eu sempre fui manteiga derretida
Esparramando poesia ao longo desses trilhos
Êta trem que vai ligeiro
Êta vida vai também
Quem chegar no amor primeiro
Ganha outra vida com direito ao trem
Choc choc vai nos trilhos
Parece estribilho lembranças também
Tá vendo aqueles pés de milhos
Foi atrás dos milhos meu primeiro bem
Choc choc nas veredas
Para ter labareda lenha tem que por
Não há maria que esfumace
Se a gente cançasse de lhe dar calor
Toda vez que o trem apita conta a minha história
Corro pra estação e embarco no trem da memória
Toda vez que o trem apita traz uma saudade
Daquela esquina que escondia meus primeiros beijos
Diziam todos que eu era magro de ruindade
Gostava de doce de leite, rapadura e queijo
Nenhum comentário:
Postar um comentário